Sim, a Síndrome de Fadiga Crónica (SFC) é uma doença reconhecida pela Organização Mundial de Saúde, desde 1991, sendo reconhecida como uma doença do sistema nervoso. Foi atribuído o código G93.3 na Classificação Internacional de doenças e os seus critérios de diagnóstico foram estabelecidos pelo US Centers of Disease Control and Prevention (CDC) em 1988 e revistos em 1994.
A Síndrome de Fadiga Crónica, atualmente, também é conhecida como Encefalomielite Miálgica (EM). No entanto até ser atribuída esta designação a doença teve diversos nomes como por exemplo: Neurastenia, Síndrome de Fadiga Pós-Viral; Astenia Crónica, Síndrome por Infeção Crónica a Epstein-Barr e, uma das designações ainda em discussão, é de Doença Sistémica de Intolerância ao Esforço.
Não existe um especialista que diagnostique a Síndrome de Fadiga Crónica. No entanto a SFC pode ser diagnosticada por médicos de Clínica Geral e de Medicina Familiar, Infeciologistas, Neurologistas, Reumatologistas, Endocrinologistas ou outro médico com conhecimentos e experiência com o acompanhamento da doença.
No entanto, dado à multiplicidade de sintomas e sistemas orgânicos envolvidos o seu acompanhamento deverá ser realizado por uma equipa multidisciplinar visando o controlo de todos os sintomas e um tratamento adaptado a cada doente.
Não, pois os sintomas variam de pessoa para pessoa e, mesmo na mesma pessoa variam de intensidade e duração, dependendo de imensos fatores que os podem agravar ou minorar.
Os sintomas mais comuns da Síndrome de Fadiga Crónica são a fadiga crónica física e mental, sono não reparador, intolerância ortostática, gânglios linfáticos dolorosos e inchados, dor muscular e articular, perturbações de humor, entre outros. Estes sintomas poderão ser experienciados pelos doentes com SFC, sendo importante ter em conta que nem todos os doentes terão todos os mesmos sintomas.
Ao mesmo tempo muitos doentes com SFC têm outras doenças concomitantes o que pode levar ao exacerbamento dos sintomas ou mesmo ao aparecimento de outros sintomas, que não são comuns na Síndrome de Fadiga Crónica. Pelo que os sintomas deverão ser avaliados caso a caso, de forma personalizada e individual, para que seja prescrito o tratamento adequado para o seu controlo.
A Síndrome de Fadiga Crónica abrange uma multiplicidade de sintomas e quando surge um novo sintoma há a atribuição desse sintoma à doença.
No entanto, não quer dizer que o doente com SFC não tenha outra doença que possa justificar quer esses sintomas e quer o aparecimento de novos sintomas, pois é comum em alguns doentes apresentarem mais comorbilidades. Assim, cada doente deverá avaliar em conjunto com o seu médico o aparecimento de novos sintomas, para saber se estão relacionados unicamente com a SFC ou se poderá ter aparecido uma nova doença que justifique o seu aparecimento.
É possível que a sua família e amigos, e até mesmo o seu médico, não acreditem em si. Existem muitos médicos que não têm conhecimentos suficientes sobre a doença, ou não tenham qualquer experiência em diagnosticar e acompanhar doentes com SFC, o que pode levar à incompreensão sobre a doença.
A Síndrome da Fadiga Crónica tem sido, muitas vezes erradamente, diagnosticada como uma perturbação psicológica, como por exemplo depressão, ansiedade ou desordem somatoforme.
O nome Síndrome da Fadiga Crónica pode ser difícil de compreender para muitas pessoas, pois o próprio nome indica que existe uma multiplicidade de sintomas, que podem variar de doente para doente, quer na sua intensidade quer na sua duração, o que leva a haver doentes com uma vida normal e outros doentes quase que imobilizados.
Ao mesmo tempo, algo que pode levar à incompreensão sobre a doença é o fato de os doentes serem, muitas vezes, diagnosticados com outras doenças que possam justificar os seus sintomas e demorarem muito tempo até terem o seu diagnóstico de SFC.